Hoje detive-me a ouvir uma história. O autor, o psiquiatra Jorge Bucay, contava-a como um adágio. Não lhe deu título, mas penso que lhe podemos chamar a história da transcendência de um aprendiz. Passo a contar o que ouvi. O aprendiz vislumbrara o seu mestre a chorar . Ao vê-lo num pranto, perguntou:
“Porque chorais mestre ? ”
O seu mestre respondeu
“ Porque tenho consciência de que vou morrer e ao partir tenho vergonha que me perguntem porque não fui Gandhi , Maomé ou Jesus Cristo. Isso envergonha-me. ”
Perante esta situação o aprendiz começou também ele a chorar. O mestre perguntou ao aprendiz:
“Porque choras tu ? ” . A resposta do aprendiz não tardou:
“Preocupa-me sobretudo que me perguntem porque não fui eu mesmo, e por isso choro.”
De uma forma leve e poderosa, o psiquiatra e contador de histórias, passou uma mensagem de universal importância. A transcendência está fundamentalmente associada à descoberta autêntica do eu. Conhecermo-nos melhor é um designio humano, talvez o mais importante. Para mim esta história, que já tinha ouvido num outro período da minha vida, serve de lembrete ou ponto cardeal em relação ao qual devo orientar a minha vida.
Deixo-vos com mais uma frase deste autor que ficou a ecoar na minha mente “Os contos servem para adormecer as crianças e para despertar os adultos “