Todos os temas foram abolidos, sobram a angústia, a morte, a ansiedade, a tristeza e o medo. O decreto é fresquinho e desta manhã, 29 de Março de 2020.
“A vontade é de não respirar”; ouvi alguém dizer nas notícias.
Dia um números, dia dois números, dia três mais números. Os dias sucedem-se e cada um se torna especialista em modelos para processos que me parecem quase estocásticos.
Sinto a responsabilidade de ser oásis de esperança e o medo ali tão perto, tão paralisante. No entanto, não desisti estou também eu à procura senão de uma cura de um paliativo. Pode ser algo tão breve e tão infinito como um sorriso que vejo lá ao longe da minha janela. Hoje ainda mais preciso lembrar-me que um segundo basta para estar em paz, não preciso de mais que um segundo para sorrir, um segundo basta para me entregar a um momento. Preciso praticar o presente, dei demasiado ao passado espero demasiado do futuro.
Por isso hoje apenas tenho hoje e agora apenas tenho agora.